"O Orgulho"
Nos silvados, emerge uma flor branca, orgulhosa
rainha do mundo, comandante de legiões,
as formigas a servem, os pássaros a bajulam
o vento a elogia, o sol a aquece,
a chuva, são as lágrimas dos deuses,
esmagados por tanta perfeição,
as ervas dançam, apenas para a agradar,
os astros rodam, e alinham-se,
mesmo os mais distantes,
ajoelhar-se-iam se pudessem,
mas contentam-se em rodar fitando ao longe,
aquela que dá luz, o alfa e o ómega da criação.
Até ao dia em que passou o jardineiro,
a cortou, juntamente com outras iguais,
levou para um forno, secou,
e servem agora, como pasto para os animais,
pasto que a urina apodrece,
e que o tempo desfaz em pó,
onde nem a simples fragrância ficou
nas lembranças de quem passou.
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