"Padre Américo"
Julgávamos ser um homem
Aquele que caminhava
Procurando por aqueles
Que ninguém via, conhecia sequer,
Chamado sonhador, num trabalho sem fim
De frio e fome, estendia a mão,
Vestindo ele a roupa dos envergonhados,
Dizia procurar tesouros, nas barracas abjetas,
E todos se riam,
Não sabíamos nós,
Que os tesouros eram de carne e sangue,
Homens em potência, perdidos no presente,
Pequenos salvadores da humanidade no futuro,
Julgávamos ser um homem,
Mas era feito de luz,
Nobre timoneiro,
Que já não está ao leme,
Mas a barca vai, segue o seu caminho,
Soprada pela brisa,
Que ninguém sabe de onde vem
Mas o rumo é certo, para onde vai.