quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Padre Américo

 


"Padre Américo"


Julgávamos ser um homem

Aquele que caminhava

Procurando por aqueles

Que ninguém via, conhecia sequer,

Chamado sonhador, num trabalho sem fim

De frio e fome, estendia a mão,

Vestindo ele a roupa dos envergonhados,

Dizia procurar tesouros, nas barracas abjetas,

E todos se riam,

Não sabíamos nós,

Que os tesouros eram de carne e sangue,

Homens em potência, perdidos no presente,

Pequenos salvadores da humanidade no futuro,

Julgávamos ser um homem, 

Mas era feito de luz,

Nobre timoneiro,

Que já não está ao leme,

Mas a barca vai, segue o seu caminho,

Soprada pela brisa,

Que ninguém sabe de onde vem

Mas o rumo é certo, para onde vai.


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